CARTAS A
NORA BARNACLE
“Minha doce Norazinha putazinha. Fiz o que me pediste, pequena sacana, e me esporrei duas vezes enquanto lia tua carta. Estou feliz de ver que gostas de ser fodida no cu. Sim, lembro-me agora daquela noite em que tanto tempo te fodi por trás. Foi a foda mais suja que jamais te dei, meu bem. Mantive a pica metida em ti horas a fio, entrando e saindo de teu traseiro virado par cima. Sentia tuas nádegas gordas e suadas debaixo de meu ventre e via teu rosto em fogacho e teus olhos aloucados. Cada vez que eu metia, tua língua despudorada se punha de fora de teus lábios e, se uma foda era maior e mais violenta que as outras, saíam peidos gordos e úmidos espocando por tuas ancas. Naquela noite, bem, tua bunda estava cheia de peidos, e com a foda eu os fiz sair, grandes e gordos, prolongados e cheios de vento, estalinhos rápidos e alegres e uma porção de peidinhos pequeninos e travessos que terminavam num jorro demorado por teu buraco. É maravilhoso foder uma mulher peidorreira quando cada metida faz sair um. Penso que eu conheceria um peido de Nora em qualquer lugar. Penso que poderia distinguir o dela numa sala cheia de mulheres peidando. É um barulhinho bem de menina, não como o peido molhado e cheio de vento que imagino ser o das esposas gordas. É inesperado e seco e indecente como o que uma menina atrevida soltaria de pândega num dormitório de colégios à noite. Espero que Nora nunca pare de soltar peidos na minha cara para que eu fique conhecendo também o cheiro deles (...)”
James Joyce (1909)
Tradução de Mary Pedrosa